Casal brasileiro cria game 'Surgeon Simulator', que faz sátira de cirurgias

Henrique Olifiers e Roberta Lucca fundaram o Bossa Studios em Londres. Jogo usa comandos diferentes e cria situações cômicas nas operações.


Um transplante de órgãos está entre as cirurgias mais complicadas da medicina e ninguém imagina - pelo menos quem está sendo operado - que o médico possa fazer tudo na brincadeira. Entretanto, um game feito por um casal de brasileiros do Bossa Studio, em Londres, consegue fazer humor com estes momentos tensos no jogo "Surgeon Simulator 2013", um "simulador de cirurgias" para PC.

"O conceito que deu origem ao jogo foi criado em 48h durante o evento de desenvolvimento Global Game Jam, que ocorreu em fevereiro e o jogo 'aconteceu'. Colocamos o jogo aberto na internet e em uma semana virou uma sensação no YouTube. Tivemos centenas de pessoas publicando a experiência de jogo no site, alcançando 10 milhões de visualizações", conta Roberta Lucca, sócia do Bossa Studios ao lado do marido Henrique Olifiers, ao G1. (Assista a um vídeo do game ao lado)
Com a popularidade instantânea, o game foi criado pela equipe do Bossa Studios.
O game traz uma mecânica complicada, mas ao mesmo tempo divertida, para que o jogador realize transplantes de coração, de rim, de cérebro (!) e outras operações. Controlando apenas um braço, é necessário mover o membro com o mouse. Segurar o botão esquerdo do mouse aproxima e afasta a mão do paciente ou das mesas, enquanto o botão direito gira o braço em quase 360 graus. Para pegar objetos da cirurgia - até um extintor de incêndio é usado -, o jogador deve controlar cada dedo individualmente com as teclas A, W, E, R e barra de espaço. Somente assim será possível pegar os instrumentos e os órgãos.

O problema, ou virtude, de "Surgeon Simulator 2013" é que o sistema de física, aliado com uma falta de precisão cômica da mão, faz com que o médico, ou melhor, o jogador, esbarre nos instrumentos, deixe seu relógio cair no corpo aberto do paciente, perca órgãos e faça com que outras situações inusitadas aconteçam. O tom caricato faz com que seja impossível não rir das situações absurdas.



"O jogo é quase que uma piada que nasceu de dois impulsos. O primeiro é que o tema da Global Game Jam foi 'batimento do coração' [heartbeat, em inglês]. O segundo é que o objetivo era criar um método de controle totalmente novo, para qualquer tipo de jogador, tanto o casual quando o hardcore [mais dedicado]. A mão é um 'drama' para controlar usando as teclas do teclado e o mouse para usar um bisturi, um serrote ou um martelo", explica o desenvolvedor. "Queríamos que 'Surgeon Simulator 2013' fosse o primeiro jogo de muita gente e, ao mesmo tempo, tirasse o gamer de sua zona de conforto".
Depois do sucesso rápido, o time de desenvolvimento do jogo levou 48 dias para criar a versão comercial de "Surgeon Simulator 2013". O game foi colocado no sistema Greenlight da loja virtual Steam e, com votos dos fãs, ficou entre os oito jogos mais "curtidos" do serviço em uma semana. "Chegamos a quebrar os gráficos do Steam com tantos votos", comemora Olifiers.


A Bossa Studios tem 30 funcionários, sendo três do Brasil. Há funcionários Austrália, África do Sul, França, Itália, Portugal, Romênia, Hungria e Inglaterra.

Eis o Casal Criador do Jogo...
O game traz uma mecânica complicada, mas ao mesmo tempo divertida, para que o jogador realize transplantes de coração, de rim, de cérebro (!) e outras operações. Controlando apenas um braço, é necessário mover o membro com o mouse. Segurar o botão esquerdo do mouse aproxima e afasta a mão do paciente ou das mesas, enquanto o botão direito gira o braço em quase 360 graus. Para pegar objetos da cirurgia - até um extintor de incêndio é usado -, o jogador deve controlar cada dedo individualmente com as teclas A, W, E, R e barra de espaço. Somente assim será possível pegar os instrumentos e os órgãos.

Em breve, o game também será lançado na Mac Store, loja digital da Apple.

Versões para iOS e Android estão nos planos, mas o Bossa Studios testa como criar um sistema de controles que seja similar ao do PC, ou seja, que crie situações engraçadas na cirurgia, de acordo com Olifiers. "Iremos testar dentro de duas semanas estas versões. Se elas ficarem tão interessantes quando a versão de PC, certamente lançaremos. O pré-requisito é que seja tão bom quanto o PC. Teremos que remodelar o jogo completamente, será um desafio".

"Temos protótipos do jogo para consoles de videogame usando controles. Também fizemos testes com o controle de movimentos Razr Hydra, que usa duas mãos. Estamos de olho, também, em sensores de movimentos no estilo do Kinect, além do próprio acessório da Microsoft", diz o brasileiro.


Por: Yago Brandão

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